- Onde você se meteu? – Perguntei, antes que ela começasse o falatório.
Dessa vez ela não iria me enganar com aquele sorriso de uma ponta a outra. – Eu te segui ontem, Alicia! Vi você entrando no banheiro, depois... – Eu hesitei em falar o resto, mas estava decidida... Queria a verdade.
- Depois vi uma luz estranha saindo do banheiro e quando entrei, você tinha desaparecido. – Me arrepiei só de lembrar aquela cena.
- Você me seguiu? – Perguntou surpresa.
- Claro! Você saiu do refeitório parecendo um foguete... Fiquei preocupada.
- Claro! Você saiu do refeitório parecendo um foguete... Fiquei preocupada.
- Você...Não... Ficou no banheiro. – Falei cada palavra bem devagar e com precisão.
- Eu... Estava... Sim! - Repetiu da mesma forma. - Vi quando você entrou. Fiquei escondida na caixa verde que estava cheia de vassouras, só tranquei a porta e subi no copo grande morrendo de medo de pisar naquela água que tem dentro.
- E o que levou você a se esconder de mim?
- Acho que aquela gosminha vermelha que a gente estava comendo não me fez bem! Eu senti vontade de botar tudo para fora e fui correndo. Isso é tão nojento de vivenciar, imagine de olhar. – Falou com nojo.
- Poderia ter pedido ajuda que a gente te levava para o posto médico do campus.
- Eu fui no outro dia de manhã, agora estou melhor do que nunca. – Falava de modo engraçado. – Mas estou aqui para você me passar tudo que perdi da aula de hoje.
É claro que eu não engoli aquela conversa fiada, a cara que ela fez quando eu disse que a segui foi a prova, mas eu já aprendi uma coisa nesse tempo que estou convivendo com a Alicia... Paciência é uma virtude, e eu tenho que esperar o momento certo.
Para piorar, tinha me esquecido do trato com o Gustavo. Como era sexta-feira, dei um jeito de colocar um bilhete debaixo da sua porta, avisando que no outro dia bem cedo iríamos ensaiar.
E como uma professora exemplar, eu estava lá na hora marcada, já ele...
- Absorvemos o conteúdo com mais facilidade nas primeiras horas da manhã. – Disse com deboche. – É melhor começarmos cedo, pois terminamos cedo.
Isso não era uma mentira...
- Faça como quiser. Eu dei uma olhada nesse texto ontem, e cá entre nós... Isso é queimação geral! O que aquela criatura estava comendo quando escreveu isso?
- É uma história de amor, como qualquer outra. E você como o personagem principal, precisa se dedicar. Podemos começar?
- É uma história de amor, como qualquer outra. E você como o personagem principal, precisa se dedicar. Podemos começar?
Quando estava se aproximando do meio-dia, achei mais seguro parar. – Pronto! Acho que por hoje já chega. Podemos marcar a próxima para depois de amanhã?
- Fazer o que né? Eu tenho outra opção? Ou você acha que já sou um ator nato de Hollywood?
- Fazer o que né? Eu tenho outra opção? Ou você acha que já sou um ator nato de Hollywood?
Ele não falou nada diretamente para mim, mas saiu resmungando. – Eu tenho certeza que fui uma assassina em outra vida para merecer isso agora.
Depois de verificar que estava tudo em ordem na sala da turma de música, resolvi voltar para a república.
Mas quando estava saindo, vi o Raul parado contemplando a piscina.
Lembrando o vexame que foi quando nos conhecemos, resolvi falar com ele.
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